Sou fruto da história de amor de Maria e Fernando. Após 7 anos de casamento, vim ao mundo, em 5 de fevereiro de 1976. Fui muito desejada, amada, querida por todos. Primeira filha, primeira neta, primeira sobrinha. Quando tinha cerca de 1 ano, minha mãe adoeceu, seus rins paralisaram, submeteu-se a várias sessões de hemodiálise, foi desenganada pelos médicos. Minha tia doou um de seus rins para ela, porém foi rejeitado pelo organismo de minha mãe. Milagrosamente, dias mais tarde, os rins de Maria voltaram a funcionar e a vida voltou ao seu normal.
Cresci cercada de mimos, cheia de brinquedos, sempre tinha a última boneca da Estrela entre as minhas. Nas minhas apresentações do colégio, as minhas fantasias eram as mais bonitas, as mais criativas, as mais bem feitas, tudo criações de minha mãe.
Minha infância foi muito feliz. Lembro da presença forte do meu pai, sempre alegre, adorava uma palhaçada. Lembro das brincadeiras antes de dormir, das suas histórias; ele era o vizinho que tinha um cachorrão, o "Sultão" e eu a vizinha delicada, pequena, com seu poodlezinho. Lembro dele cantar para mim "Nesta longa estrada da vida, vou correndo e não posso parar, na certeza de ser campeão, alcançando o primeiro lugar..." Quando a Perla cantava no rádio "Nosso amor nasceu foi pra ficar...E eu vou te amar Fernando", ele dizia que ela tinha feito a música para ele.
Um dia após meu aniversário de 7 anos, perdi meu pai para um linfoma. Me levaram ao velório, dei um beijo nele, não entendi por que estava dormindo num lugar com tantas pessoas, nem por que vinham me abraçar emocionadas. Após uns 4 meses da partida dele, minha mãe se descobriu grávida. Era o milagre da vida. Minha mãe engravidou mesmo com DIU, a gravidez foi de alto-risco, devido ao seu histórico de saúde, contrariou os médicos e foi adiante. Começava a história de um outro Fernando. Meu irmão. Hoje com 28 anos, lindo, cheio de vida, a cara do meu pai.
Sentia muita falta do meu pai, principalmente quando cheguei na adolescência, mas era como se seu amor me guiasse, como se estivesse sempre olhando por mim. E este amor crescia em mim, a cada dia. Ao contrário do que possa parecer, não sou muito próxima de minha mãe, mulher guerreira de personalidade forte, quero dizer que temos nossas dificuldades de relacionamento. É um amor estranho... Cresci com ela me dizendo que eu já tinha tido muito amor na vida, que agora deveria ser mãe e pai de meu irmão. Não a julgo, era o que podia me oferecer, dentro da maneira como foi criada e da dor da perda do homem amado.
Aos 14 anos conheci meu marido, na época com 17 anos. Era o desabrochar do amor que estava guardado em mim. Mais do que namorado, foi meu amigo. Essencial para que eu fosse quem hoje sou. Me ensinou o amor incondicional. O amor acima de tudo. O amor além dos obstáculos. Que o amor tudo cura.
Foi após um retiro espiritual, "O Resgate da Criança Interior", uma terapia em grupo conduzida por uma psicóloga, hoje grande amiga, que finalmente me libertei da dor e deixei o amor falar mais alto. Amor pela vida, pelos meus objetivos, por mim.
Quando a Laurinha nasceu, há treze anos atrás, me senti plena, realizada. Emanando amor por todos os poros. Amei aquela pequena desde o primeiro instante, já na sala de parto mesmo colocaram-na no meu peito e ela começou a mamar. E ficou calma quando ouviu a minha voz. Aqueles olhinhos, me procurando. O amor estava ali, senti a presença de Deus, a vida fluindo.
Voltei para a faculdade quando ela já estava com 2 aninhos, no ano 2000. Para quem tem família e filhos, o esforço é maior ainda. Tinha dias que ligava no automático e simplesmente ia para aula. Minha vontade era estar em casa com os meus, mas sabia o quanto seria importante me formar e buscar oportunidades melhores e persistia, continuava, dava mais um passo.
Lá pela metade do curso, minha mãe adoeceu gravemente, sua insuficiência renal voltou com tudo e seus rins pararam de vez. Novamente vários tipos de diálise, inclusive peritoneal (o paciente fica com um cateter na barriga e a diálise é feita através do peritôneo, com uma máquina em casa). Certa vez ela pegou uma peritonite muito forte e passou quase 1 mês no hospital. Ná epoca, eu trabalhava no Hospital da PUCRS e estava sempre a seu lado. Os médicos não sabiam mais o que me dizer. Diziam que era muito grave, pois poderia virar uma septicemia, uma infecção generalizada. Eu firme, não acreditava, sabia que ela sairia dessa, como saiu de tantas outras. Não me sentia sozinha, pedia a Maria, mãe de Jesus, que cuidasse de mim, que me fizesse forte, pois eu precisava cuidar da minha mãe. Lembro-me que um calor aquecia minha alma nessas horas. Era o amor falando mais alto, o amor divino. Alguns dias depois, cheguei no quarto e encontrei minha mãe com um papel na mão. Sorrindo, me mostrou os planos que tinha para reformar a casa na praia. Pensei na hora: - Meu Deus, pirou na batatinha, já está delirando. Que nada ! Ela não só saiu dessa, reformou a casa, como também em 2007 conseguiu um doador, e hoje vive bem, como transplantada renal. Um exemplo de amor pela vida.
Em 2008, terminei a faculdade. Na mesma semana que subi os degraus do Salão de Atos da UFRGS, descobri que estava grávida da Luísa, minha pequena Lulu, que ontem (29/09) fez 3 aninhos. Todos os dias ela me ensina que o melhor a fazermos é optar pela vida, por ser feliz. Amo minha querida, de riso tão fácil, volto a ser criança brincando com ela.
Meu amor, meu marido, meu companheiro sempre esteve ao meu lado. Meu porto seguro, meu amigo. Com seu amor, mostrou que tudo é possível, basta querer, basta colocarmos amor em todos nossos atos.
A mensagem que gostaria de deixar é a de que todos temos nossas histórias, nossos problemas, nossos obstáculos, nossas dificuldades, porém o segredo é como vamos encarar isto tudo, se vamos ser derrotados antes da batalha começar, ou se seremos vencedores desde o início, tendo coragem para ir adiante, com força, determinação e fé. O que não nos derruba, nos fortalece. Tudo é possível, basta acreditar, dar o primeiro passo. Um sorriso e um coração onde existe amor, abrem muitas portas.
Esta história poderia ser de qualquer um, mas é a minha. E me sinto feliz, por ter sido como foi, pois só assim pude me tornar a Fabi que hoje sou. Não sabia se deveria me abrir tanto, mas quando resolvi falar de amor, tinha que ser transparente, precisava mostrar o verdadeiro sentido do amor, o que significa para mim, e o quanto AMOR e VIDA CAMINHAM JUNTOS.
Há AMOR em mim, em todas as minhas relações, e por todos os seres do planeta ! E quanto mais eu amo, mais o amor cresce em mim, mais eu quero AMAR....
Esta blogagem coletiva sobre o AMOR, foi proposta pela querida Elaine Gasparetto, do blog Um pouco de mim, em comemoração aos 3 anos do seu blog. Parabéns Elaine !
Muitos beijos.
Voltei para a faculdade quando ela já estava com 2 aninhos, no ano 2000. Para quem tem família e filhos, o esforço é maior ainda. Tinha dias que ligava no automático e simplesmente ia para aula. Minha vontade era estar em casa com os meus, mas sabia o quanto seria importante me formar e buscar oportunidades melhores e persistia, continuava, dava mais um passo.
Lá pela metade do curso, minha mãe adoeceu gravemente, sua insuficiência renal voltou com tudo e seus rins pararam de vez. Novamente vários tipos de diálise, inclusive peritoneal (o paciente fica com um cateter na barriga e a diálise é feita através do peritôneo, com uma máquina em casa). Certa vez ela pegou uma peritonite muito forte e passou quase 1 mês no hospital. Ná epoca, eu trabalhava no Hospital da PUCRS e estava sempre a seu lado. Os médicos não sabiam mais o que me dizer. Diziam que era muito grave, pois poderia virar uma septicemia, uma infecção generalizada. Eu firme, não acreditava, sabia que ela sairia dessa, como saiu de tantas outras. Não me sentia sozinha, pedia a Maria, mãe de Jesus, que cuidasse de mim, que me fizesse forte, pois eu precisava cuidar da minha mãe. Lembro-me que um calor aquecia minha alma nessas horas. Era o amor falando mais alto, o amor divino. Alguns dias depois, cheguei no quarto e encontrei minha mãe com um papel na mão. Sorrindo, me mostrou os planos que tinha para reformar a casa na praia. Pensei na hora: - Meu Deus, pirou na batatinha, já está delirando. Que nada ! Ela não só saiu dessa, reformou a casa, como também em 2007 conseguiu um doador, e hoje vive bem, como transplantada renal. Um exemplo de amor pela vida.
Em 2008, terminei a faculdade. Na mesma semana que subi os degraus do Salão de Atos da UFRGS, descobri que estava grávida da Luísa, minha pequena Lulu, que ontem (29/09) fez 3 aninhos. Todos os dias ela me ensina que o melhor a fazermos é optar pela vida, por ser feliz. Amo minha querida, de riso tão fácil, volto a ser criança brincando com ela.
Meu amor, meu marido, meu companheiro sempre esteve ao meu lado. Meu porto seguro, meu amigo. Com seu amor, mostrou que tudo é possível, basta querer, basta colocarmos amor em todos nossos atos.
A mensagem que gostaria de deixar é a de que todos temos nossas histórias, nossos problemas, nossos obstáculos, nossas dificuldades, porém o segredo é como vamos encarar isto tudo, se vamos ser derrotados antes da batalha começar, ou se seremos vencedores desde o início, tendo coragem para ir adiante, com força, determinação e fé. O que não nos derruba, nos fortalece. Tudo é possível, basta acreditar, dar o primeiro passo. Um sorriso e um coração onde existe amor, abrem muitas portas.
Esta história poderia ser de qualquer um, mas é a minha. E me sinto feliz, por ter sido como foi, pois só assim pude me tornar a Fabi que hoje sou. Não sabia se deveria me abrir tanto, mas quando resolvi falar de amor, tinha que ser transparente, precisava mostrar o verdadeiro sentido do amor, o que significa para mim, e o quanto AMOR e VIDA CAMINHAM JUNTOS.
Há AMOR em mim, em todas as minhas relações, e por todos os seres do planeta ! E quanto mais eu amo, mais o amor cresce em mim, mais eu quero AMAR....
Esta blogagem coletiva sobre o AMOR, foi proposta pela querida Elaine Gasparetto, do blog Um pouco de mim, em comemoração aos 3 anos do seu blog. Parabéns Elaine !
Muitos beijos.